No Brasil, eu era taxada de politicamente correta. Agora, no meio dos meus amigos portugueses, sou, digamos, a “prafrentex”. Mas não pertenço a nenhum dos dois grupos.
Para começar, acho que o termo “politicamente correto” adquiriu uma conotação muito negativa nos últimos anos. Foi para o limbo. Afinal, o que vem a ser “politicamente correto”? Se ser politicamente correto é ficar em cima do muro, eu definitivamente não sou. Mas acho que em nome de uma suposta liberdade de expressão acima de tudo e de todos, as pessoas estão ultrapassando o direito do outro.
E sim, eu sou contra a adolescente paulista que ofendeu os nordestinos no twitter de forma preconceituosa. Sim, sou contra o Ed Motta, que, a meu ver, mostrou-se um verdadeiro babaca. Sim, sou a contra a bancada evangélica que boicotou o “kit gay”. Minha opinião é clara. E não é politicamente correta, deveria ser o senso comum. Porque defender essas barbaridades não é liberdade de expressão, é preconceito, homofobia e ignorância.
Sinceramente, acho que está tudo trocado. Por quê essa paixonite enlouquecida na internet pela “Banda mais bonita da cidade”? Não é nada pessoal, a música até que é bonitinha. Mas onde está a nossa juventude? Aquela paixão visceral? Hormônios por todo o lado… Onde está o rock’n roll? Cansei… Sinceramente, começo a sentir falta do Ultraje a Rigor cantando “Eu quero sexo”. Sem nenhum pudor. Porque os jovens podem quase tudo.